É uma hora sem hora, de um segundo infinito,
a hora triste. O pensamento distante e perdido
aflito; de batida em batida o peito incontido,
não crê, apenas ouve o triste veredicto.
À hora triste, por um segundo longo e maldito,
nada se ouve, nada se murmura. Tudo se destrói.
Do outro lado, o lado de dentro, algo se constrói:
o muro, a corda bamba, a chama do delito.
É uma hora sem regra, de uma ferida indizível,
de um choque, um impacto. Uma hora sem mitos,
quando o homem forte se torna irreconhecível.
À hora triste, os livros da vida, transcritos,
têm em si desenhada a sensação terrível
de não poderem ser, jamais, reescritos.
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Um comentário:
Patrícia,
tens uma incomum sensibilidade. Ler o teu poema faz admitir muitas coisas, cultivar muitas qualidades e ainda aprender a transcrevê-las. Ao abrir esta página, onde se abrigam os teus escritos, fui levado até o fim, onde o mouse não rolava mais. Não posso lhe dizer qual poesia ou conto me agradou mais, porque todos me chamaram atenção. Conforta-me saber, e ainda aumenta minha curiosidade de leitor, que buscas na tua intimidade uma corrente de inspiração, que oscila naturalmente (Poesia Separação – 18/08/2006). Foi um prazer lê-la. Espero poder ler mais.
Pedro H. Leite
pedrohenriqueleite@hotmail.com
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