terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Quem sou eu?

Já tem alguns anos que escrevi essa descrição de mim para algum perfil que perguntava: "Quem sou eu?"
Adotei o texto como a melhor descrição que já fiz de mim mesma, com dois adendos: primeiro que, depois de uma perfeita observação do meu amado Henrique, adicionei os palhaços à relação das coisas que me causam medo. Um fato, mesmo, já que esse medo eu tenho desde os cinco anos de idade, quando vi na TV, de relance, o aterrorizante palhaço de Poltergeist. Cada um na sua, certo? Segundo que, após a minha colação de grau como Analista de Sistemas, criei uma situação paradoxal com o meu último parágrafo, que me descrevia como poeta, amante da música e da arte. Como assim, analista de sistemas?!

Uma observação interessante é que, à época do texto, eu realmente fazia terapia que devia durar mais ou menos ano, e um dos objetivos era, de fato, aprender a arte da tolerância. De lá até hoje alguns (não muitos) anos se passaram, eu abandonei a terapia, e a expectativa de aprender tal arte continua em destaque. Não posso negar que já melhorei um tanto, não pela terapia do consultório, mas através de todos os acontecimentos ao longo desses anos. A melhor terapia é viver sem desistir, sem dúvida: chegar ao fim de uma odisseia nos torna sempre mais aptos para a próxima.

Então registro aqui esse texto, que é meu reflexo mais perfeito, para guardá-lo enquanto durarem os servidores do Google.

Um abraço!


Eu sou a Patrícia. 

Algum dia, em algum lugar, perdi a chave da paciência e agora tenho pressa. Tenho pressa de chegar a qualquer lugar, de encontrar o baú de moedas no final do arco-íris, de iniciar e de acabar o que já foi iniciado, de chegar ao final de semana e de atravessar a rua. 

Algum dia, em algum lugar, ouvi falarem sobre dragões e sobre fadas. Agora, observo em silêncio cada movimento do mundo esperando encontrar, enfim, a fada que me concederá um pedido. Quanto ao dragão, espero não vê-lo. 

Quando acordo cantando, o céu fica azul; quando acordo em silêncio, vejo o dia gris. Sou inconstante, mas nunca incoerente. E dentro de um ano, dizem os médicos, devo aprender a ser tolerante. 

Meu escudo se levanta diante de qualquer ato de covardia e injustiça, mas cai por terra quando vejo o sofrimento. Não admito cães acorrentados, cavalos no arado e pássaros na gaiola. Tenho medo do escuro, de palhaços e dos telejornais. 

Eu sou a Patrícia, amante da música e da arte, poeta e analista de sistemas - um paradoxo. E o prazer é todo meu.