O Novo Poema
Patrícia Moresco
Abro este espaço para um novo poema:
quero um poema novo para o dia de amanhã.
Um poema tão forte quanto a própria força,
tão vivo quanto a própria vida.
Quero um poema que salte das páginas fechadas,
que pule ao colo com um abraço afetuoso,
peça um beijo na face e se compadeça dos homens.
Um poema poliglota que se pronuncie ao mundo,
que tenha mãos livres e as solte livremente
(para que nelas se apóiem os homens fracos).
Quero um poema que desfaça altares,
que redima o culto aos deuses hipócritas,
que atire lanças aos olhos do orgulho,
que semeie rosas nos porões escuros.
Um poema tão sóbrio,
um poema tão sábio,
um poema tão simples,
que fracione o Tudo em partes semelhantes,
e que cada criança possa compreender.
Quero um poema como um laço de fogo,
que ninguém jamais consiga desatar.
Um poema feito de palavras simples,
de versos soltos e períodos curtos,
cuja única rima seja o próprio lema.
Quero um poema como um pássaro liberto,
como uma noite de chuva ou um céu azul.
Quero um poema como o orvalho fresco,
uma canção de ninar que adormeça o ódio.
Abro este espaço para um novo poema:
um poema eterno que modifique o hoje,
assinado pelo mundo e entitulado: Paz.
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