sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

1999 - 1º Lugar Segundo Concurso Fco Beltrão de Literatura

Esperança
Patrícia Moresco

Em algum lugar o poeta sonha.
Não é utopia, sonha bem mais
não importa de quê o hoje se componha
o seu sonho é bem mais forte e vai atrás:
é maior a cada findar de dia.

Não pode fazer o relógio parar,
É inócuo ao tempo e inerte se vê;
mas seu sonho vai além do amanhecer
e já transcende os limites do sonhar.

Jamais desistir,
ultrapassar fronteiras.
Quando as mãos se unem, derrubam barreiras.
De alma para alma,
De oração em oração
Um povo inteiro entoa uma canção
E a melodia se expandindo sempre mais,
Com calma.

E vai o sonho, em uniforme movimento.
E bem além das lágrimas contidas,
Bem além das mãos estremecidas
Uma esperança já sucumbe o sofrimento;
vem uma hora, vem um dia, um ano inteiro,
Um novo tempo é chegado e verdadeiro:
É hora de firmemente acreditar
Que acreditando é que se pode melhorar.

E se preenche um velho século vivido.
Foram as dores,
Foram as flores.
Uma nova primavera se inicia
E se pressente nova aurora de alegria
Que compensa o dessossego sofrido:
Dois braços dados, muitos braços já unidos,
Não são vencidos.
A união alcança todos os seus fins
E esta certeza faz florir novos jardins.

Agora sei; não é um sonho.
Eu, poeta, suponho,
que as crenças são iguais.
Creio que é agora a hora de pensar
Creio que as mãos se devam enlaçar
Pra antecipar esse convívio com a paz.
Eu creio sim numa nova realidade
Em que os irmãos sejam irmãos com lealdade
Sem preconceito, nem de raça nem de cor;
Creio num mundo renovado de esperança
Em que sorrir seja a constante da criança.
Eu creio sim num novo século de amor.

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