terça-feira, 12 de setembro de 2006

Vinte e Três

Vida viva
viva
mais um ano de vida
lívida

A moça entra na dança
A moça dança?
Roda rosa viva
mais um ano de vida

A moça não dança.

Olha, olha a roda
de dança, moça
vem pra roda
que a vida passa
a vida, mesmo lívida,
passa
então viva
mais um ano de vida
e vem pra roda
dança

A chuva cai na dança
e a moça não dança
a moça só olha a vida
que passa
pela janela
triste esfera
e procura a graça
da dança da vida
a roda de dança roda
e a vida da moça passa
e ela não diz viva a vida
ela não vê a vida viva
e a vida dança

Acende a vela do bolo!
Cadê o bolo da moça?
Acende a luz pra moça
encontrar o bolo
pra dizer viva viva
viva a vida

Canta, moça! Viva!
Encontra a tramela da vida!
Mas a vida não era dança?
Então agora é janela?
A vida é roda de dança
vista de uma janela
pra quem não entra na roda
e se a janela se fecha
vai a vida e nunca volta

Viva viva
mais um ano de vida

Alguém pra comer o bolo?
Cadê o bolo da moça?
A moça nem é mais moça
é vida não viva
vida de roda sem dança

Vida não viva
O que mais há na vida?
A moça, sendo tão moça,
não poderia ter a vida
mais vivida?

Viva a vida
Roda, rosa viva
a moça é mais viva
do que a rosa lívida
A moça entra na dança,
e a moça dança.

Dentro do olhos uma lança
mais viva
Dança moça, dança,
no teu pensamento.
Que a vida é mais dança,
e você,
rosa mais viva.

Vida vida, rosa lívida
Viva
mais um ano de vida.

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