terça-feira, 12 de setembro de 2006

Mãe na Varanda





Foi este vento que me fez te olhar assim.
Este vento soprando em teus cabelos poucos,
enxugando o suor do teu rosto.
Eu aqui, inerte,
te olho como quem visse um anjo:
contemplação.
Tu, no teu silêncio,
nem sequer imaginas que eu
(poeta com olhos da cor dos teus),
te elevo ao altar das divindades,
montado só pra ti no templo da memória.

Foi este vento que me fez te olhar assim.
Este vento livre como a tua bondade,
forte como a chama que alimentas.
Eu aqui, calada,
te digo muito mais que pronuncio:
Desolação.
Tu, na tua rotina,
vives tudo para dar a vida,
e a tua prece implora a nossa bênção.

Foi este vento que me fez te olhar assim.
Tu, forte como o tronco elevado;
Tu, grande como a Vida;
Tu, mãe que batalha na varanda.

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