Amanheça, menina,
antes daqueles que esperam pelo amanhecer.
Repara que nem chega a ser turvo
o que vês:
só um pouco lhe falta de nitidez
um pouco de brilho, de cor,
coisas que podes, tu, conceder
a todas as coisas do mundo.
Menina, acorda,
que o céu em verdade nem é azul
nem negro, nem cinza,
nem vermelho como no crepúsculo:
o céu tem a cor que lhe dão.
Desperta, menina.
Firma no chão os teus pés,
não importa o quanto se mova esse chão.
E quando assim for preciso,
levita, flutua.
Menina, enlouqueça:
amanheça.
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