(2006)
Tenho observado a vida e como ela passa.
O passado se perde na fumaça da lembrança
e agora remoemos nossas falhas e imploramos em silêncio
por perdão.
A verdade é sempre dolorida e, às vezes,
chega tarde.
Passamos nós num caminho oblíquo
não temos tempo para pensar
estamos por demais ocupados e sonolentos,
sobrevivemos.
Tenho observado a magia de algumas crianças.
Tenho me sentido dentro delas,
uma fada para atender os seus encantos,
como se pudesse tornar os seus encantos imortais.
Um dia me tiraram a magia:
a ciência mata o pouco encanto que temos.
Ah, como era bom acreditar no que não existia!
Essa coisa fantástica que vem nas crianças
e nos idosos e nos nossos pais
um pouco menos conhecedores da verdade
mas não menos sábios!
A verdade, esta verdade que vemos nos livros,
que nos instrui, que nos faz preparados,
que nos firma o intelecto,
esta é a verdade que mata a nossa poesia.
Queremos saber tudo, queremos saber mais,
queremos conhecer toda a tecnologia
queremos saber do ocultismo, a vida após a morte
queremos o porquê, a causa, a circunstância,
queremos as respostas que outrora não existiam,
e que por não existirem fizeram a vida tão mágica!
Tenho observado o quanto estamos desconcertados.
Tenho observado as rimas, que começam a fugir, assustadas.
Tenho observado as novas cifras, um tanto repetitivas;
as novas crianças, um tanto alienadas;
as novas poesias, um tanto severas, um tanto esperançosas.
domingo, 26 de janeiro de 2014
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