(2003)
Acho que se chamava
Artêmio
mas
eu não eu podia perguntar
se ele me fitasse seria
enlace
aquela coisa difícil de
escapar
de
conter, de controlar
de repente, tudo me
olhava
me
perseguia, me dominava
eu não perguntei o nome
dele
eu não podia
porque o mundo tinha olhos e nos
via
eu nem
me permitia
beijar a sua mão
como forma de
gratidão
nem dizer que ele era meio
mágico
que
ele tinha amanhecido mais fantástico
eu não podia nem dizer meu
endereço
eu
não podia eu não podia
dizer de verdade aquilo que eu
sentia
de
repente tudo era suspeito
as mesas as cadeiras as flores do
canteiro público
Acho que era esse o nome
dele
Artêmio era um nome um pouco
estranho
bem que eu queria ter
perguntado
mas você entende, eu não
podia
ele
me olhava, eu sorria
eu queria dizer mais, mas não
podia.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
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