(1999)
Há alguns anos tu choves sobre os meus
cabelos.
Gotas, gotas,
incontáveis gotas escorrem pela minha
pele.
Agora estou sentada à beira do mundo
contemplando, calada,
os
vestígios que deixaste.
Teus rastros na poeira estão extintos,
teus lábios
são os meus olhos, cerrados.
A tua chuva chove em mim todo este tempo
Me
lava, me leva
me deixa à mercê da correnteza selvagem.
A tua chuva tirou
minha base forte,
meus pés buscam em vão um apoio estável.
Tu choves,
choves constantemente,
amanheço e adormeço sob tuas gotas,
minhas certezas
diluídas na umidade.
A tua chuva não cessa, por mais que eu lhe peça;
agora
estou me afogando na enchente.
Mas te aviso, te aviso que pares:
o passado, é em
vão,
tua chuva não lava.
domingo, 26 de janeiro de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário