sábado, 29 de março de 2008

Vulcânica

amor,
eu me acho de novo naquela fase
fértil, louca, criativa
de querer pintar as nuvens de lilás
e descolorir todas as flores do jardim
de andar descalço, de te ferir
de marcar em ti meu nome com navalha
só pelo prazer da tua ira

ai, bem que tu podias
pensar alguma coisa nessa linha
umas flores negras, verdes ou azuis
colhidas numa terra inabitada
com um bilhete junto
“amor, corri tamanho risco
perdi cabelos, unhas, passei fome
só por essa flor que ora te entrego”

amor,
eu ando outra vez com aquelas vontades
de impossível
bem que tu podias, bem que podias

não olha assim, que eu não sou perigosa
o espinho da minha rosa
se derrete quando tocas.

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