quarta-feira, 26 de março de 2008

Uns Olhos

Hoje eu vi uns olhos
que eram teus.
Olhos de lembrança.

Eram de menina,
olhos emaranhados de fios de esperança
aconchegados, no meio da face calma.

Tinha o mesmo brilho nos olhos que eu vi.
E cada um trazia, na dobra do canto externo,
a mesma ruga pequena, de jovem que eras,
causada pelo mesmo sorriso ameno.

Olhos de quem ama.
Eram olhos de quem sente a vida
e que a vida era, por mais que sofrida,
aquela coisa boa de se sentir.

Hoje eu vi uns olhos,
que eram teus.
Eram assim como eu guardo na memória:
doces olhos de menina grande,
pura fonte de uma luz que nunca cessa.

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