sábado, 5 de janeiro de 2008

O Gladiador

O Gladiador

No meio da noite me surge
A tua face exangue;
e tudo de ti vem a mim,
vem o teu sangue
fugindo para as minhas veias
No meio da noite, e a noite urge.

E a minha paz por um momento
se destrói.
Um calor devasso me corrói,
desperta em mim aquilo que gostas.
O desejo pelo teu delírio
o teu martírio, as tuas costas,
e me consumo em pensamento.

No espelho do meu sonho o teu rosto glabro
e o teu olhar, com um suspiro inerte.
A tua saliva, o teu flerte
se refletindo à luz de um candelabro;
no gelo um vinho,
tudo ao teu agrado.

Porque tu és assim, enigmático.
O teu fetiche, teu lábio de ópio
A tua lança,
tua armadura que desfaz meu ócio;
o Gladiador,
perigo sem lei para o meu sonho erótico.

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