domingo, 6 de janeiro de 2008

Caixa de Pandora

E eu, que sempre me julguei tão esperta
de repente me vejo com a porta aberta
com os pés descalços e um laço no cabelo
esperando vê-lo
eu abro todos os mapas que já conheci
e o mapa astral e o mapa rodoviário
pra ver se aqueles olhos ordinários
têm alguma chance de chegar aqui
É aquele sonho que me deixa mais fragilizada
mulher transtornada
que quer matar o pensamento que não morre
que quer parar com um desejo que escorre
pelas palavras
E eu, que sempre me julguei senhora
de repente me vejo escrava
aflita por dentro, paciente por fora
como alguém que quer voar mas não tem asas

E eu, que sempre me julguei tão certa,
de repente me vejo totalmente alerta
tentando controlar as minhas brasas.

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