quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Quase tudo

Foi lá que perdemos nosso olhar, eu sei,
onde perdemos nosso abraço
onde esmoreceu o enlace das pernas
onde secou o suor
e os joelhos pararam de tremer.
Foi lá.
Lá, eu vi,
onde o braço firme se fez superficial
sem o entusiasmo,  sem a ânsia
de segurar forte e para sempre perto.
Foi onde os lábios mudaram o movimento.

Foi lá, tudo no mesmo momento,
longo, construído aos poucos,
esse momento mais longo que existiu.

Lá, onde perdemos o olhar,
perdemos a saudade,
o rubro das flores,
do sangue, da paixão.
Perdemos quase tudo,
quase tudo.

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