Então, me senti curitibana.
Num auditório, escolhi um lugar bem no meio, deixando um espaço de duas poltronas até a parede, para ter menos possibilidades de alguém sentar ao lado. Tinha um sorriso de canto de boca na minha cara.
No meio da palestra, um casal chegou, homem e mulher (é importante esclarecer, porque casal nem sempre significa homem e mulher), parou bem ao lado da nossa fileira de cadeiras. Olharam para as poltronas livres nas fileiras adiante, eu torcendo para que continuassem olhando para frente, como manda a psicologia: cabeça erguida e olhar adiante. Mas o olhar deles se voltou para a sua esquerda. Era onde eu estava.
Com um sorriso no rosto, ela acenou: ali! Apontando na minha direção. Escolheram as duas poltronas que eu tinha guardado só pra mim ali do ladinho, e vieram, ambos simpáticos, pedindo licença, passando muito sorridentes até se sentarem, ela bem ao meu lado.
Não era um bom dia, então o jeito foi criar um biombo mental.
Só me faltava agora me dizerem boa tarde! Humpf.
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