quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Astronauta

Anoiteceu.
Quando vi, já estava lá a estrela.

Pelas ruas passam os homens;
os pássaros, fugindo da noite,
passam pelas vidraças.
Todos passam e somem.

Rabisco, no pensamento em branco,
um retrato abstrato de mim.
Os traços coloridos se mesclam
e me confundem.

Anoiteceu de repente,
a noite, uma brusca interrupção.
É a hora que passa, é o dia que passa,
é a vida que passa.
Todos os dias, coordenadamente,
os homens acendem suas luzes,
em filas, pelas ruas.

A estrela permanece,
naturalmente perdida,
inconstante, bela, cintilante.

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