De nada adianta essa tentativa
coisa de esquecer, deixar pra lá
de querer se convencer que não vai dar
que não é ele, que não sou eu,
que a felicidade é uma armadilha
que essa coisa toda que brilha
pode ser só mais uma paixão
que não foi nada, que nada aconteceu
Não adianta nenhum tipo de revolta
nenhuma ausência, nenhuma falta de contato
se o jeito dele, o cheiro dele, o gosto, o tato
está tudo gravado num retrato
imaginário
se quando ele chega eu viro uma criança
se quando ele parte não some da lembrança
Ah, foi quando ele chegou que me perdi de mim
perdi minhas correntes sem nenhuma resistência
como quem se desse uma sentença
de ser feliz
quando me tocou a pele, a alma, a poesia,
a intimidade inteira, o prazer, a fantasia
Nenhum disfarce adianta mais, nenhuma alegoria
é uma divisão de águas, o antes e o depois
é uma coisa estranha que existe entre nós dois
é sempre uma vontade de ficar um pouco mais
de dizer vá em frente, me provoque
me beije, me toque
me faça tudo aquilo que não pode
me faça amor, me dê calor,
me deixe totalmente extenuada
Ah, não adianta, não adianta
essa saudade fica presa na garganta
pedindo para ser anunciada.
***
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Um comentário:
Patrícia, gosto muito de seus poemas e estou fazendo um trabalho sobre poesia contemporânea.
Gostaria de saber como fazer para entrar em contato com você?
Parabéns!
Grato,
Caue.(cau.yuiti@gmail.com)
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