quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Absoluta

Eu sou uma mulher que pulsa.
E pulsa em mim, além da vida,
a vontade inerente à minha natureza
a vontade pura, transparente, avulsa,
que faz em mim a fera mais temida
e mais pulsante, e de maior beleza.

A mulher em mim se descompassa
e o pulso faz-se oculto pela blusa
que tem a cor e o tom da minha pele.
Mulher macia, gesto são, alma devassa,
que perde o rumo, a chave, se põe confusa
no medo enorme de que o sonho se revele.

Eu sou uma mulher que se eterniza.
Trago sementes mortas que o beijo ressuscita,
e que germinam paixões, flores e frutos.
Gosto da gota de suor quando desliza
e, quando abro o botão da rosa que me habita,
conto o segredo dos heróis mais dissolutos.


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Ao transcrever um texto ou parte dele, lembre-se de manter os créditos autorais.

Um comentário:

Leo disse...

Adorei!