É proibido, por ora, falar dos sentimentos,
armas destruidoras e indestrutíveis,
intensas, vorazes.
É proibido também deixar que falem
eles, os sentimentos.
Pois, que permaneçam para sempre calados
que jamais gritem suas dores,
jamais. É proibido.
Não se dirá nesse mundo nada mais a respeito.
Quando se fizer um suspiro de solidão
que se faça silenciosamente
para não despertar os que não querem ouvir.
Quando se perceber, nas profundezas dos dias chuvosos,
nas introspecções das noites de insônia,
nas íntimas retrospectivas indeliberadas,
nas visões de futuro, nos sonhos que se frustram,
quando em tudo isso se perceber um quê de murmúrio,
que se faça o silêncio.
Nada deverá ser dito.
É proibida qualquer tentativa de resgate,
qualquer ansiedade,
qualquer flecha de verdade em forma de palavra.
Use-se a lágrima, apenas.
Use-se o silêncio, a mais dolorosa mensagem;
a atitude, a mais contundente resposta;
a ausência, o mais poderoso argumento.
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