domingo, 1 de dezembro de 2013

Delírios do poeta solitário

(2001)

Às vezes tenho vontade de não ser.
Queria uma porta que nunca se abrisse
pra impedir esse impulso inconstante.

O meu defeito é perfeito:
ter nascido poeta.
O meu primeiro grito
rimou com infinito
e ultrapassou a barreira dos anos
Ser normal, talvez seria
esquecer a poesia?
Fugir, fugir desse encanto
que tem tanto a ver com pranto?

Mas chega de ais,
é melhor esquecer:
ninguém é poeta e deixa de ser.



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