Divido um quarto no centro com uma dor
no meio da noite acende a luz, fuma um cigarro
liga um som, faz um preparo
cantorias sem nenhuma afinação
Então me levanto, leio um livro
escrevo umas linhas
revejo as contas a pagar
conto estrelas, penso como está quieta a rua
enquanto ela me abraça e suspira profundamente
Penso que isso já seja muito mais
que dividir um quarto.
Já mudei de rua, de cidade,
refiz meus planos, troquei o penteado,
mudei coisas tantas que nunca sonharia
e ela volta sempre a me encontrar
se declara, se impõe no meu espaço,
afaga meus cabelos, cozinha para mim.
Talvez eu deva assumir de uma vez o nosso caso,
dizer sim a sua eterna companhia.
Talvez deva dizer: eu me rendo,
eu aceito sentí-la para sempre.
Talvez.
domingo, 24 de janeiro de 2010
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Um comentário:
encantada com o seu trabalho.
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